A área dos Acessos Vasculares é transversal num hospital, sendo que praticamente todos os doentes vão precisar de um acesso no curso da sua abordagem. A colocação de um acesso é o procedimento invasivo mais frequente num hospital.

Como em qualquer área clínica, tanto a atualização teórica como, neste caso, também prática são essenciais. Para a dominar e desenvolver, é preciso conhecer o estado da arte, conhecer o material, as técnicas (de colocação e manutenção) e os custos. A educação e o treino continuado dos profissionais é fundamental. Este aspeto é de evidência IA na maioria das Guidelines Internacionais.

 

Profissionais dedicados a esta área produzem melhores resultados

A evidência científica tem crescido exponencialmente nesta área. Uma equipa dedicada aumenta a eficácia e diminui custos. A taxa de sucesso de punção à primeira tentativa aumenta. A taxa de complicações e o tempo de internamento diminuem.

Sabemos que uma Equipa consegue ter melhores resultados na colocação, manutenção e remoção dos acessos vasculares, nomeadamente:

  • No apoio aos doentes internados, em ambulatório ou no domicílio;
  • Nos doentes DIVA (doentes com acesso vascular difícil);
  • Na seleção os dispositivos e técnicas mais adaptados a cada doente:
    • Utiliza a ecografia, como indicado em todas as recomendações internacionais;
    • Conhece e utiliza acessos periféricos como as cânulas curtas, as cânulas longas e os midlines e acessos centrais: os PICCs, os CICCs, os FICCs, cateteres tunelizados e com reservatório;
  • Na investigação: regista dados, avalia resultados, constrói conhecimento;
  • No ensino: realiza formações e trabalha em coordenação com os outros profissionais que cuidam do acesso;
  • Consegue uniformizar as práticas e elaborar protocolos que podem ser usados por todos os profissionais.

O funcionamento e as tarefas relacionadas com o acesso do doente são diferentes no Hospital de Dia, no Internamento, na Urgência, no Bloco Operatório ou no Domicílio. O mesmo doente, com um determinado acesso, pode passar por vários destes serviços. Uma Equipa traz a vantagem de conseguir um acompanhamento do doente em todas as fases e em todos os acessos vasculares do Hospital. Permite um acompanhamento holístico de toda a vida do acesso em detrimento do cuidado pelo profissional individual, não coordenado, na colocação e na manutenção. A Equipa de Acessos é uma referência e trabalha com todos os profissionais do Hospital.

 

Uma equipa são as pessoas que a constituem

Uma equipa de acessos é mais rica se tiver elementos de diferentes áreas, que valorizam o conhecimento teórico e a competência técnica. Uma equipa multidisciplinar, com médicos e enfermeiros (e microbiologistas e farmacêuticos) presta um serviço com maior qualidade, de forma mais eficiente e promove a evolução contínua.

Sou Cirurgiã e dedico-me à área dos Acessos Vasculares desde 2004. Tive o privilégio de participar na criação e primeiros passos da EMAV (Equipa Multidisciplinar de Acessos Vasculares) do IPO de Lisboa, o que envolveu árduo esforço e dedicação, mas que valeu muito a pena, com vários frutos visíveis.

 

Se te interessas por esta área e se queres iniciar uma Equipa de Acessos Vasculares, fala connosco!

 

Rita Barroca (MD; Vice-Presidente da APoAVa)